https://www.n3globalsolutions.com/editorial

https://www.voxlocalis.net/numero92/articulo/la-nueva-agenda-global

https://cmdmexico.org/2021/01/22/la-nueva-agenda-global-por-iliane-maria-coura/

Resumo:

As mudanças impostas pela COVID 19 têm produzido efeitos muito danosos, principalmente no tecido social no seu âmbito mais amplo de compreensão ante os novos padrões de convivência social. A crise provocada por esse invasor invisível afetou o mundo globalmente em todos os seus aspectos e, consequentemente, devastou as pessoas. Uma nova e necessária ordem mundial deve ser construída sobre novos pilares de valores de convivência social com ênfase no Ser Humano e com a criação de ferramentas capazes de estimular o sentimento de empatia para a construção de sociedades contemporâneas mais humanizadas e solidárias.

Palavras chaves: #mudanças #pós-pandemia #tecidosocial #novospadrões #valores #convivênciasocial

 

Tempos difíceis esses vividos no período de um ano que se completa. Desde janeiro de 2020, o mundo vem se movendo lentamente, passo a passo, como nunca antes imaginado. O invisível surpreendeu e paralisou a todos de forma avassaladora. Em meio ao caos e desordem no globo, agora notícias de alentos chegam com as conquistas da ciência.

Nesse cenário de poucas certezas e muita esperança, ficam suspensas as agendas globais para o milênio, os pactos sociais e os acordos multilaterais assinados. Igualmente, as metas para o século XXI, momentaneamente. A tão comemorada globalização conquistada no passado tornou-se uma colcha de retalhos que exige reparações urgentes, pois alguns pontos se mostram desgastados. O Planeta há tempos pede socorro e comunidades seguem ao desalento, em sofrimento, ignoradas. O invasor invisível colocou o mundo global de joelhos em paralisia, perplexo ante a sua força devastadora que se espalhou pelo planeta na mesma velocidade das tecnologias conquistadas. As fissuras globais e as mazelas sociais locais ficaram expostas, em algumas sociedades menos, em outras muito mais. As diferenças e as semelhanças entre os povos nunca foram reveladas tão duramente. A COVID 19 trouxe a mudança.

Afinal, por que a humanidade se tornou tão vulnerável? A difícil resposta parece estar bem em frente aos olhos, todavia ainda há um véu de vaidade humana que a acoberta. O apocalipse tão temido no século passado, de alguma sorte se cumpre neste, posto que atingiu diretamente as pessoas, as economias, os planos, as agendas positivas, os negócios, invadiu fronteiras e inundou com temor todos os espaços .

Nos últimos meses, vultosas somas de dinheiro foram destinadas à pesquisa científica, que brilhante e incessantemente logrou alcançar um feito para trazer o alento à humanidade, e o fez em exíguo espaço de tempo antes não experimentado. Nesse atual momento, os países se organizam e muitos já estão imunizando suas populações com a vacina da esperança.

Sim, vacina da esperança!!!

A esperança de todos retomarem suas vidas, não na forma como antes acostumados, mas a retomada do convívio social em novo formato; com novos comportamentos, com novos planos, a reativação dos negócios e o trabalho agora em novos standards, o lento e necessário alavancar das economias então debilitadas.

Diante de um novo cenário mundial, reflexões de toda ordem são exigidas, quer filosóficas, econômicas, religiosas, médicas, científicas, técnicas, esotéricas e tantas mais. Em meio a esse “mundo novo”, como assegurar o desenvolvimento sem expor a riscos as pessoas? Como assegurar o ritmo da vida cotidiana quando o mundo ainda caminha com vendas nos olhos? Difícil tarefa que desafia a capacidade de gestão dos que governam e comandam os rumos das cidades aonde vivem as pessoas. Como ultrapassar essa onda de incertezas, de debilidades e promover o desenvolvimento sustentável? Talvez, as respostas não cheguem tão facilmente ou ao menos não sejam encontradas nos modelos de gestão até aqui utilizados. A nova realidade que está posta nas ruas, nas casas, nos espaços públicos, nas cidades chegou sem manual de instruções e exige sensibilidade, liderança positiva, competências humanas e técnicas para lidar com o que ficou mais exposto após a grande crise do COVID19, o tecido social doente, em cujo núcleo está o Ser Humano.

Acolher, sanar, motivar e orientar o Ser em um quadro de tamanha complexidade é tarefa hercúlea e exaustiva a exigir mais que um planejamento estratégico. É uma missão na qual os governos e gestores municipais hão de se valer de equipes técnicas altamente qualificadas com alto grau de comprometimento com o Outro, que nesse caso é o seu Semelhante. Os Semelhantes que, como os técnicos e os governantes, vivenciaram o maior drama social das últimas décadas, cujas consequências na vida de milhares perdurarão por muitos e muitos anos. Foram milhões e continuam sendo milhares de vidas ceifadas, milhões de dramas pessoais sofridos em diversos níveis capazes de desestabilizar até os mais equilibrados emocionalmente, física e tecnicamente.

Revisão das agendas sociais, antes globais.

Esse novo status mundial obriga a nesse ano e nos próximos vindouros, a revisão das agendas sociais, antes globais. Estas deverão se adequar às comunidades microrregionais, e em alguns casos estritamente locais. Isto porque nesse momento não há suporte social para se pensar nos objetivos para o milênio em larga escala, quando o Ser Humano independente de sua classe social, grandeza de economia, grau de escolaridade, etc, está devastado no seu interior. A gestão urbana há que encontrar meios e modos de se reinventar para dar conta de fazer a promoção da sua gente a partir do investimento no cidadão enquanto Ser para o fim de fomentar uma sociedade calcada em novos patamares de convivência social.

Esta nova sociedade do século XXI que retoma sua caminhada após o grande trauma global, exige novas ferramentas de gestão que contemplem o despertar da consciência cidadã coletiva, cujo comportamento individual ressoa no Outro. A educação em todos os seus níveis há que ser revista para a inserção de conceitos revisados capazes de estimular o sentimento de empatia, principalmente nas sociedades mais violentas, despertando a consciência do dever de cada um pelo bem estar do seu Semelhante.

A expressão bíblica “Amai-vos uns aos Outros como eu Vos Amei”, soa como um dever e um direito legítimo nesse novo caminhar da humanidade no qual o respeito a si e aos demais, valores tão comungados durante a pandemia, devem seguir alimentando a todos, a iniciar pelo Poder Público com sustentáculo na máxima que Todos são iguais na origem enquanto seres humanos, independente de credos, cor, nacionalidades ou classe social. A fórmula da salvação do Homem em sociedade está no espelho que os governantes vão refletir para as suas gentes e o quanto repicarão nas suas ações e programas de desenvolvimento sustentável os valores inseridos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1.789, tão atual para o momento.

Independente do modelo de gestão pública escolhido, este deverá contemplar alguns verbos no novo discurso social para a promoção continuada da cidadania coletiva a partir do olhar individual do Ser na construção de sociedades livres mais humanizadas. Nessas novas sociedades que emergem pós-pandemia os direitos dos iguais não podem excluir os dos desiguais na exata medida das suas desigualdades, respeitando-se as diferenças para fomentar a solidariedade, a união e as liberdades individuais que ecoam e ressoam através da consciência cidadã coletiva.

O novo tempo no mundo exige a conjugação do verbo Ser na primeira pessoa do plural na construção de novas vias e pontes a serem edificadas para garantir um futuro melhor para todos no planeta.

Iliane Maria Coura. Advogada. Consultora. Escritora. Professora. Poeta. Mestra em Direção e Gestão Pública Local pela Universidade Carlos III de Madrid, Pós-graduada em Direito Empresarial pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Bacharel em Direito e Licenciatura em Letras. De Curitiba (Brasil).

Imagens: https://www.pixabay.com

Admitida a reprodução parcial deste texto, desde que citada a fonte: COURA, Iliane Maria. A nova e necessária Agenda Global. Curitiba/Brasil, 05.fev.2021, disponível em: <https://couraadvocacia.com.br/artigos-e-noticias/>.

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